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14.02.2018

8 passos para começar uma viagem de volta ao mundo

Diariamente, recebo mensagens de diferentes partes do Brasil. Sou muito grata pela ressonância do meu projeto que tem inspirado outras pessoas a realizarem seus sonhos.

 

Uma das perguntas que mais recebo é exatamente esta: como começar uma viagem de volta ao mundo?

 

Foto: Nemanja Pantelic (CC BY 2.0)

 

Por Vanessa Tenório

 

No texto anterior que escrevi aqui no blog do O Viajante, falo sobre os meus dois sonhos e compartilho o resumo de todo o processo da minha volta ao mundo desde o início. Mas por que estou falando de sonhos? Porque foi o que motivou a minha jornada.

 

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Lamento informar, mas não há uma receita de bolo. No entanto, se você quer MUITO fazer uma viagem de volta ao mundo e está disposto a mergulhar dentro de si e refletir sobre algumas questões antes de iniciar qualquer planejamento, talvez eu possa contribuir com algumas perguntas, inquietações e dicas, que resumo em 8 passos.

 

1. Qual é o seu objetivo com a viagem?

 

Realizar um sonho de criança? Fugir da rotina atual que não te traz satisfação? Celebrar? Curar uma decepção? Explorar a diversidade? Encontrar um amor? Encontrar-se? Período sabático? Autoconhecimento? Mudança? Transformação? Transição? Aventura? Diversão? Cultura? Pesquisa? Ecoturismo? Voluntariado? Outro?

 

São tantas as possibilidades… Ter clareza do seu objetivo é um dos elementos fundamentais para iniciar um pequeno planejamento e manter a sua motivação antes e durante a viagem. O que faz seus olhos brilharem quando você pensa no início desta jornada? Leve o tempo que precisar nesta questão base. Ela vai te fortalecer e te direcionar.

 

2. Qual é o seu cenário atual?

 

Perdido? Focado? Frustrado? Realizado? Cansado? Disposto? Pessimista? Otimista? Estudante? Empregado? Autônomo? Empreendedor? Aposentado? Sonhador? Solteiro? Casado? Enrolado? Divorciado? Viúvo? Filhos? Pets? Família?

 

Ter consciência do seu estado atual e do contexto em que você está inserido facilitará o fluxo do processo e a tomada de decisões. Eu fiz um mapa mental do meu cenário na época e ficou muito mais fácil enxergar de fora a minha real situação, os prós e os contras.

 

3. Esse cenário te estimula ou te limita?

 

Se te estimula, maravilha! É um grande passo!

 

Se te limita ou te prende, você está disposto a se libertar, abrir mão ou “let it go” (deixar ir, deixar para lá)?

 

Esta é uma das etapas mais difíceis e dolorosas, onde muitos desistem. Por isso a primeira questão é tão importante. Se o motivo da sua viagem não for forte o suficiente, dificilmente você se arriscará ou sairá da sua zona de conforto.

 

Minha experiência: O meu propósito é contribuir para a transformação da educação no Brasil utilizando os princípios da sustentabilidade e da cooperação. Isso faz meus olhos brilharem, durmo e acordo imaginando este sonho tornando-se realidade. É o que me motiva diariamente, mas não foi fácil levantar voo. Doeu muito abrir mão de acompanhar o crescimento das minhas duas sobrinhas, deixar a minha família, amigos e cidade natal que eu amo tanto. Além de ter sido extremamente desafiador encerrar um ciclo de 22 anos no sistema corporativo.

 

4. Quanto tempo você pretende passar viajando?

 

O período é muito relativo e está condicionado ao cenário. Eu escolhi cinco anos porque pretendo explorar cada continente em um ano. Porém, reinventei-me primeiro para ter essa disponibilidade e flexibilidade.

 

Meu planejamento

 

5. Vai sozinho ou acompanhado?

 

É claro que se você for sozinho, tudo fica mais fácil (na minha opinião). Afinal, você tem que consultar apenas você mesmo. Imagine conciliar todas estas perguntas com outra(s) pessoa(s)? É preciso muita sincronicidade e alinhamento.

 

Minha experiência: Eu estou voando nessa comigo mesma. A minha experiência anterior viajando sozinha pela América do Sul, durante quase dez férias, contribuiu bastante.

 

6. Qual é o seu orçamento?

 

Outra pergunta relativa. Se você está disposto a praticar a economia colaborativa ou acreditar no poder da cooperação como eu, você não precisa de muito. Na Europa, por exemplo, os mochileiros recomendam 20 euros por dia, mas isso não é regra, depende muito do estilo e foco da sua viagem.

 

Quem vê foto não vê orçamento!

 

Minha experiência: Minha média diária tem sido 11,7 euros em um ano explorando o velho continente (com todos os custos inclusos, inclusive algumas vacinas específicas que tive que tomar para me prevenir contra doenças comuns na África e na Ásia Subsaariana). Na Suíça, um dos países mais caros do mundo, gastei somente 60 francos no total em dois meses. E vivi em plena abundância!

 

7. Quando pretende começar?

 

Esta é uma das decisões que a clareza do seu cenário atual (mencionada na segunda questão) te ajudará a tomar. É bom listar o que precisa fazer antes de partir e quanto tempo vai precisar para resolver cada item, considerando as burocracias.

 

Minha experiência: No meu caso, eu decidi começar dois anos após a elaboração do meu mapa mental – tempo suficiente para me libertar de todas as amarras e me preparar emocional e espiritualmente. Repito: não há receita de bolo, cada caso é um caso. Eu preferi encerrar alguns ciclos de forma consciente e respeitosa para voar em paz comigo mesma. E esse foi o tempo que precisei.

 

8. Agora você pode pensar no roteiro com tranquilidade!

 

Finalmente o oitavo item não é uma pergunta! Ufa! Esta etapa é livre para você dar asas à sua imaginação e vivenciar antecipadamente o que te traz brilho nos olhos. Volte a ser criança, aproveite o momento e sonhe acordado! Minha primeira dica: não perca muito tempo planejando, é muito melhor usar este tempo realizando!

 

 

O meu roteiro, por exemplo, é composto apenas pela ordem dos continentes: Europa > África > Ásia > Oceania > América. Sou livre para escolher os países e as cidades ao longo da viagem e mudar de ideia sempre que o universo me dá um dos seus mágicos sinais. Vou co-criando o roteiro com as pessoas e oportunidades que encontro pelo caminho. Ele é vivo e mutável!

 

Se jogue!

 

Durante meus voos, já conheci 12 países e mais de 80 cidades em 11 meses. Mas os números não importam, o que realmente tem valor para mim são os aprendizados que compartilho neste texto viajando como voluntária. Se eu consegui, você também consegue!

 

Boa reflexão e ação! Seguimos juntos.

 

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