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19.01.2015

Arte e diversão em Inhotim

Belas paisagens de Inhotim | Foto por Daniel Carnielli
Belas paisagens de Inhotim | Foto por Daniel Carnielli

 

Por Daniel Carnielli

 

Brumadinho, em Minas Gerais, é uma pequena cidade com aproximados 35 mil habitantes, localizada a cerca de 60km do centro de Belo Horizonte, a capital. Escondido em meio dela está o maior museu a céu aberto do planeta, Inhotim. Sua incrível e receptiva estrutura reserva junto à belíssima vegetação, surpresas e experiências que valem a pena ser vividas.

 

O nome Inhotim é uma homenagem ao “dialeto” mineiro, já que os locais se referenciavam à fazenda e ao seu antigo proprietário: senhor Tim, pronunciado como Nhô-Tim, fora então eternizado como Inhotim.

 

Belas paisagens de Inhotim | Foto por Daniel Carnielli
Belas paisagens de Inhotim | Foto por Daniel Carnielli

 

Idealizado pelo empresário Bernardo de Mello Paz, desde meados dos anos 80, o Instituto Inhotim destina-se à divulgação da arte como forma de desenvolvimento humano sustentável por meio da arte contemporânea, jardim botânico, ciência, biologia e constante envolvimento do ensino. O Instituto permite, inclusive, que escolas da região se beneficiem de sua estrutura e de seus profissionais. Em constante desenvolvimento, Inhotim oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer um museu diferente de todos os outros até então.

 

Foto por Daniel Carnielli
Caminhada por Inhotim | Foto por Daniel Carnielli

 

A botânica, fortemente influenciada por Roberto Burle Marx, prioriza a beleza em todas as épocas do ano através da diversidade de folhagens, sem dar aquele tradicional foco somente nas flores. Cada área do parque exibe diversos segmentos, como cerrado, mata atlântica, deserto, grandes árvores, lagos, grandes áreas abertas, morros.

 

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Bisected triangle, interior curve, Dan Graham | Foto por Daniel Carnielli

 

Em uma área de 5 mil acres, algo em torno de 20 mil metros quadrados, observamos e admiramos a natureza muito bem cuidada em cada detalhe. As obras em grande parte são especialmente interativas e, no significado profundo do entendimento da arte, convidam-nos a tirar nossas próprias conclusões.

 

Narcissus Garden, Yayoi Kusama | Foto por Daniel Carnielli
Narcissus Garden, Yayoi Kusama | Foto por Daniel Carnielli

 

Para visitar Inhotim por completo – vale a pena – são necessários ao menos dois dias. Se a caminhada não agradar, não tem problema, o parque oferece carrinhos elétricos, opção de mobilidade para facilitar a locomoção entre as atrações.

 

Coleção Botânica | Foto por Daniel Carnielli
Coleção Botânica | Foto por Daniel Carnielli

 

Entre as diversas atrações itinerantes ou permanentes, me reservo a comentar apenas algumas que chamaram mais a atenção. Também porque não caberia em um único post comentar todas.

 

Sonic Pavillion

Você já imaginou ouvir o som da Terra? O que você sentiria ao fechar seus olhos e ouvir o som emitido por nosso planeta, vivo, debaixo de seus pés? Construído em 2009, o Sonic Pavillion permite que o visitante ouça o ruído da movimentação do planeta reverberado por um túnel de 202 metros de profundidade, que emite constantemente frequências hipnotizantes e arrítmicas.

 

Seu idealizador, Doug Aitken, proporcionou tudo isso em um espaço moderno e agradável feito de aço e vidro. Fechando os olhos podemos sentir a grandeza deste planeta, infinitamente maior que nossa pequena existência. Para mim, um dos ápices do passeio.

 

Sonic Pavillion | Foto por Daniel Carnielli
Sonic Pavillion | Foto por Daniel Carnielli

 

Galeria Adriana Varejão

Expõe a arte pretensiosa que busca trazer à tona temas da vida e do passado. Texturas, materiais, fotografia, morte e luz. De uma forma curiosamente agradável, vale a pena apreciar suas obras.

 

Casal Fernanda e Thales me apresentando a Inhotim | Foto por Daniel Carnielli
Casal Fernanda e Thales me apresentando a Inhotim | Foto por Daniel Carnielli

 

Galpão George Bures Miller – Janet Cardiff

Entre, caminhe, escolha uma cadeira e então sente-se. Silêncio, pois o concerto está prestes a começar. Neste galpão, dezenas de caixas acústicas de alta definição reproduzem, de forma independente, uma orquestra. Acrescente isso ao som de um gramofone emanando a voz de uma mulher. Uma experiência realmente incrível. Imagino que poucas pessoas já tenham escutado uma orquestra tocando ao seu redor. Qual a música? Qual a história contada nela? Não vou estragar a surpresa, visite.

 

Infelizmente, não é permitido tirar foto dentro das atrações.

 

Beam drop

Chris Burden deve ter realizado algum sonho de infância ao construir esta obra. Um guindaste simplesmente despeja vigas de metal em um solo com concreto, que lá estão até hoje. Sua obra curiosa e agradável é um deleite aos fotógrafos e admiradores de ângulos fora do comum. Deve ter sido realmente divertido construir essa.

 

Beam drop | Foto por Daniel Carnielli
Beam drop | Foto por Daniel Carnielli

 

O reflexo de Beam drop | Foto por Daniel Carnielli
O reflexo de Beam drop | Foto por Daniel Carnielli

 

As sombras de Beam drop | Foto por Daniel Carnielli
As sombras de Beam drop | Foto por Daniel Carnielli

 

Hora do rango!

O almoço no restaurante Tamboriu dá ao visitante (já esfomeado) a oportunidade de apresentar a arte também às suas papilas gustativas. Este momento foi literalmente delicioso! É uma culinária exemplarmente bem servida, principalmente se acompanhada do vinho sugerido pelo restaurante. Não é barato, mas a considerar a sua exclusividade, incluindo a sua localização, acho justo pagar mais e tornar este momento também um dos ápices do passeio.

 

No parque há também o restaurante Oiticica, que oferece comida por quilo de excelente padrão e sobremesas deliciosas por um custo compatível aos bons restaurantes comuns dos centros urbanos.

 

Entrada do restaurante Tamboriu | Foto por Daniel Carnielli
Entrada do restaurante Tamboriu | Foto por Daniel Carnielli

 

Viewing Machine

Quantas formas diferentes existem para enxergarmos as mesmas coisas? Olafur Eliasson convida a ver e aguçar a percepção do quê há ao redor através do Caleidoscópio, nome que vem das palavras gregas kalos (belo), eidos (forma) e scopos (observador), ou seja, observador de belas formas. O equipamento é composto por seis espelhos grandes o suficiente para brincarmos à vontade com as formas das paisagens ao redor da obra de arte.

 

Viewing Machine | Foto por Daniel Carnielli
Viewing Machine | Foto por Daniel Carnielli

 

Viewing Machine | Foto por Daniel Carnielli
Viewing Machine | Foto por Daniel Carnielli

 

Piscinas

Inhotim tem duas piscinas. A atração Galeria Cosmococoa, que não pode ser fotografada, pois é fechada, e a deliciosa piscina de Jorge Macchi, que deve ter pelo menos 1,70m de profundidade. Sua escada e seu piso a fazem parecer uma agenda, que era a ideia do artista ao concretizar nesta obra um de seus desenhos bidimensionais.

 

Explorando a obra de Jorge Macchi da melhor forma | Foto Arquivo Pessoal Daniel Carnielli
Explorando a obra de Jorge Macchi da melhor forma | Foto Arquivo Pessoal Daniel Carnielli

 

De Lama Lâmina

Dentro desta bela construção escondida dentre a mata há a representação da lâmina que poda a natureza. Matthew Barney exibe de forma imponente o contraste causado pelo homem, que devasta para construir.

 

De Lama Lâmina | Foto por Daniel Carnielli
De Lama Lâmina | Foto por Daniel Carnielli

 

Acesso

Informe-se sobre a agenda do parque no próprio site: www.inhotim.org.br.

Quem mora próximo pode aproveitar a terça-feira, dia da semana em que o acesso ao parque é gratuito.

 

Links úteis

Como chegar

Regras de visitação

Site do museu

 

Revisão de texto: Lais Tellini (MTB 65307SP)

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