Pesquisar

BlogContinentesEuropaViajantes Colaboradores

25.09.2015

8 motivos para visitar Clos du Doubs

O rio Doubs, em Saint Ursanne | Foto por Grazi Calazans
O rio Doubs, em Saint Ursanne | Foto por Grazi Calazans

 

Existem lugares que não estão em nenhum guia de turismo (ou quase nenhum) e que possuem pouquíssima informação em português disponível na Internet. Por isso, às vezes a melhor maneira de descobrir novos lugares é “se perdendo” um pouco em suas viagens, incluindo destinos pouco convencionais, pelo menos para nós, brasileiros.

 

É o que sempre busco fazer nas viagens com a minha família – e o que nos permitiu, num primeiro giro pela Europa, descobrir lugares fantásticos.

 

Não temos nenhum carimbo no passaporte, pois fizemos toda a viagem por terra, e não nos preocupamos muito na quantidade de cidades e capitais que visitamos, mas sim na qualidade do tempo passado em cada uma delas. Por isso, temos excelentes recordações e uma lista de lugares que nos deixam sempre o gostinho de quero mais.

 

É o caso de Clos du Doubs, comuna localizada no cantão de Jura, na fronteira da Suíça com a França. Para quem quiser conhecer novos lugares, listo abaixo alguns motivos para se perder neste cantinho da Europa.

 

1. Belas paisagens naturais

Saint Ursanne com o Rio Doubs no meio | Fotot por Grazi Calazans
Saint Ursanne com o Rio Doubs no meio | Foto por Grazi Calazans

 

A comuna de Clos du Doubs é formada por 7 cidades no vale do rio Doubs: Saint-Ursanne, Seleute, Ocourt, Montelon, Montmelon, Epauvillers e Epiquerez, além de Soubey, que não pertence ao distrito, mas fica na mesma região.

 

Entre trilhas, colinas, fazendas, quintas com mais de 200 anos, montanhas e belas estradas que entrecortam as cidades, as paisagens do vale são de tirar o fôlego.

 

Há todo um circuito com vários mirantes naturais. O rio Doubs, aliás, é um fio condutor em tom azul-esverdeado que ora se esconde, ora se descortina por toda a paisagem.

 

2. Muitas opções de esporte

Placas de sinalização para pedestres e ciclistas | Foto por Grazi Calazans
Placas de sinalização para pedestres e ciclistas | Foto por Grazi Calazans

 

Caminhadas, ciclismo, canoagem, golf swing ou parapente são algumas das atividades que você pode fazer por aqui. Por meio delas é possível entrar em contato com a natureza e descobrir as belas paisagens da região.

 

Em Soubey, um serviço leva os aventureiros (e os equipamentos, no caso, as canoas) até o alto do rio para que desçam sua leve correnteza até a cidade, em um percurso de cerca de duas horas, com preços entre 30 e 40 euros.

 

A natureza intocada de Clos du Doubs pode ser alcançada por trilhas de caminhada e rotas de bicicleta, adequadas, inclusive, para iniciantes. E o mais legal: é tudo muito bem sinalizado!

 

3. Riqueza arquitetônica

Catedral de Saint Ursanne | Foto por Grazi Calazans
Catedral de Saint Ursanne | Foto por Grazi Calazans

 

A principal cidade de Clos du Doubs, Saint-Ursanne, é uma pérola arquitetônica: uma cidade medieval com portões preservados e construções do século 14. Passear pelas vias pitorescas de Saint-Ursanne com ruelas estreitas, belos edifícios e pontes, além de uma imponente catedral românico-gótica, é uma excelente pedida.

 

Dá até para comprar umas coisas gostosas no mercado da cidade e fazer um piquenique na grande mesa de madeira ao pé da igreja e em frente à estátua de São Nepomuceno (St. Nepomuk). Ainda é possível visitar a gruta onde São Ursicinus vivia como eremita, por meio de uma escada íngreme com 190 degraus, e as ruínas de um castelo, ao norte da cidade. Já a cidadezinha de Soubey, construída em 1632, é coberta com lajes de calcário e tem casas antigas dos séculos 17 a 19.

 

4. Paz e harmonia com a natureza

Lindos cavalos pastando em Epiquerez | Foto por Grazi Calazans
Lindos cavalos pastando em Epiquerez | Foto por Grazi Calazans

 

A menor cidade do Brasil tem mais de 800 habitantes. Imagine então uma cidade com 84? Essa é a quantidade de moradores de Epiquerez, um lugarzinho no meio do nada, na fronteira com a França, a 878 metros de altitude.

 

É um daqueles lugares que parece ter parado no tempo: as casas com chaminés soltando fumaça, as crianças brincando na rua, os cavalos pastando no campo. E que cavalos lindos são os suíços!

 

Ali não há muito o que fazer, é apenas um punhado de fazendas de criação de gado, mas as paisagens lá de cima são exuberantes! Ainda mais se você tiver a sorte de pegar a formação de uma tempestade, com o contraste do céu cinzento com as montanhas logo abaixo, é um espetáculo!

 

5. Festivais

Festival Internacional de Piano
Festival Internacional de Piano | Foto por Grazi Calazans

 

 

Já pensou poder reviver a época medieval? Todo ano, no verão, isso é possível em Saint Ursanne. O festival Les Médiévales, como um verdadeiro reino de Rei Arthur, reúne tendas com comidas e artesanato típicos da época e conta mitos e histórias medievais.

 

Atores, centenas de figurantes e bonecos de todo o mundo desfilam durante três dias pela cidade. E o legal é que você também pode usar uma roupa de época!

 

Além do festival medieval, a cidade também conta com o Festival Internacional de Piano, que ocorre na Catedral da cidade, sempre no mês de agosto. Muita cultura para uma cidade tão pequena, não é mesmo?

 

6. Circuito de pedestres em dois países

Um dos pontos de início do circuito franco-suíço em Soubey | Foto por Grazi Calazans
Um dos pontos de início do circuito franco-suíço em Soubey | Foto por Grazi Calazans

 

Gosta mesmo de caminhar? Então respire fundo e deixe-se encantar pela beleza das paisagens entre lagos e montanhas. São panoramas de tirar o fôlego, árvores de floresta até o horizonte.

 

Só na região de Clos du Doubs são 25 circuitos, ou 257 km de trilhas demarcadas e bem cuidadas. Você pode fazer A Grande Travessia do cantão de Jura e desbravar tudo que a região oferece.

 

7. Trutas frescas do Rio Doubs

O centro turístico de Soubey, com restaurantes à beira do rio | Foto por Grazi Calazans
O centro turístico de Soubey, com restaurantes à beira do rio | Foto por Grazi Calazans

 

O Rio Doubs é famoso por oferecer uma das melhores trutas do mundo. Para quem gosta de peixe e tem um orçamento legal (os pratos nos restaurantes da região variam entre 20 e 30 euros por pessoa), pode se deliciar sentado na varanda do restaurante no centro turístico de Soubey, com visual para o rio.

 

8. Hospitalidade e simpatia

Bandeiras por todos os lados | Foto por Grazi Calazans
Bandeiras por todos os lados | Foto por Grazi Calazans

 

Uma coisa a gente percebe logo: eles têm mesmo muito amor à bandeira. Em todas as casas, varandas e prédios, há sempre uma bandeira da Suíça ornamentando os lugares. Eles são patriotas sim, e também muito hospitaleiros.

Em um dos mergulhos que fomos dar no rio Doubs, em Soubey, por exemplo, uma moça emprestou o bote inflável da filha para que as crianças se divertissem também.

Pelo menos nessa região, os suíços são muito afetuosos e atenciosos. De sorriso leve e conversa solta, os moradores desse cantinho da suíça foram muito simpáticos. Também, em um lugar lindo desses, não tem como ficar de mau humor!

Nem tudo são flores (mas há flores em tudo!)

Flores por todas as ruelinhas | Foto Grazi Calazans
Cidadezinhas floridas | Foto Grazi Calazans

 

Os suíços, assim como os franceses, adoram flores. Pelo menos nesta região, as casas, os jardins, os prédios, estão sempre floridos.

 

Mas, de fato, nem tudo são flores, pois não existe lugar perfeito no mundo. Pelo menos no verão, a região é terrivelmente invadida pelas moscas. É mesmo algo desagradável, de não conseguir ficar parado que elas já vem em cima. Muitas delas!

 

Outro ponto negativo, mas já muito famoso da Suíça, são os preços locais. Em Clos du Doubs não é diferente. Como há poucas opções na região, que fica isolada das cidades maiores, os mercadinhos locais metem a mão mesmo.

 

Para fazer um simples piquenique, por exemplo, nós gastamos 28 euros no mercado de Soubey. E foi um piquenique simples mesmo, com apenas pão, um queijinho e um iogurte pra cada um.

 

Sobre a hospedagem, há hotéis em cidades como Saint Ursanne e Soubey, mas nós optamos pelo esquema de Woofing (trabalhar voluntariamente em fazendas em troca de hospedagem e alimentação) pra economizar ao máximo.

Tudo lá é caro. Mas os encantos valem o preço!

Compartilhe por aí

Sobre o autor

Rolar para cima